sábado, 16 de agosto de 2008

Quem sabe é uma sentença inacabada,
Já vi a resposta em algum sonho,
Porém, do sonho, só me resta a dormência.
Mas tais versos não me saem da cabeça,
Quem sabe alguma coisa?
Boa o suficiente para calar o silêncio gritante em que me encontro,
Preencher o lugar ermo em que me planto,
Afrouxar o coração amargurado que escamoteia,
Dar passo ao descompassar claudicante.
É uma expressão excelente para quem não sabe o que dizer,
Ou para quem gosta do não-dizer, de esperar pela hora certa.
Meticulosos e ardilosos adoram-na.
Por isso, escrevo a/sobre ela.

Quem sabe serei alguma coisa na vida,
Quem sabe a vida será alguma coisa pra mim.
Quem sabe um dia alguém merecerá ser o que é,
Quem sabe algum dia alguém saberá o que é.
Quem sabe algum dia o porquê seja explicado,
Quem sabe um dia saiba que tudo pelo que lutei foi em vão.
Quem sabe algum dia o povo não precise mais de ópio.
Quem sabe algum dia veja que o nada há,
Quem sabe é real ou projeto?
Quem sabe o Elvis não morreu.
Quem sabe faz ao vivo!
Quem sabe o inferno seja aqui, e o céu... logo ali.
Quem sabe dizer “quem sabe” em sânscrito?
Quem sabe algum dia os ideais sejam mais importantes que os fatos,
Quem sabe um dia os fins não justifiquem os meios.
Quem sabe algum dia a inveja não seja mais desejante,
Quem sabe algum dia não tema mais a mim mesmo.
Quem sabe um dia serei o que pareço,
Quem sabe um dia alguém entenda alguma coisa do que digo.
Quem sabe algum dia você fale grego e eu entenda,
Quem sabe um dia saio pela rua totalmente “piantao”,
Quem sabe algum dia possa gritar à vontade com todos que já gritaram comigo.
Quem sabe um dia não me sinta tão só.
Quem sabe tenha a sorte de dormir primeiro,
Quem sabe tenha que apagar a luz.
Quem sabe quando vai morrer?
Quem sabe já esteja morto.
Quem sabe um dia eu consiga “dizer adeus”.
Quem sabe algum dia tu serás aquilo que sonhastes,
Quem sabe por que “quem brincava de princesa acostumou na fantasia”?
Quem sabe algum dia Nietzsche encontre um super homem,
Quem sabe, existe, diria Zaratrusta.
Quem sabe algum dia exista um estóico em paz,
Quem sabe um dia cante na rua como no chuveiro.
Quem sabe... c’ que sabe.
Quem sabe nem Freud explica,
Quem sabe algum dia o consciente também seja coletivo.
Quem sabe possamos nos dar mais uma chance.
Quem sabe, pois o amor é uma palavra fora de moda,
Quem sabe, porque mesmo assim não a negamos.
Quem sabe um dia eu consiga falar menos e abraçar mais.
Quem sabe um dia meu jeito de amar não seja tão sofrido.
Quem sabe um dia não seja tudo tão pesado,
Quem sabe falte leveza na nossa vida.
Quem sabe quando eu estiver pronto você já tenha partido,
Quem sabe algum dia eu me perdoe por isso.
Quem sabe o tamanho da perda antes de perder?
Quem sabe algum dia eu e você ainda “Quem sabe”
Quem sabe eu tenha muito medo do “Quem sabe”
Quem sabe eu torça muito para o “Quem sabe”
Quem sabe algum dia não sejam mais necessários tantos “Quem sabe”.
Quem sabe algum dia “a gente ainda se encontra pra outra folia”
Quem sabe esperar por aquilo que talvez nunca chegue?
Quem sabe aonde tudo termina?
Quem sabe como é que isso tudo começou?
Quem sabe algum dia alguém dirá: “Eu sei”.


Por Thomaz

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